Entre sábios e aprendizes

E quando você tem medo?
De uma hora pra outra o molde fica pequeno, a saia fica justa, a filosofia parece deixar muitas coisas assim… no ar.
Uma vez, uma jovem aprendiz de sábia me anunciou uma velha palavra que dizia: “Quando eu era menino, sentia como menino e pensava como menino. Agora que sou adulto, parei de agir como menino.”
Talvez seja isso. Pode ser que as mesmas coisas, nas mesmas pessoas, no mesmo lugar estejam me forçando a voltar a ser criança. Mas sabe, eu não quero isso. Eu quero aprender o que eu não sei.
Eu não sei amar, por exemplo. E sinto que nunca vou aprender se continuar onde e como estou agora. O problema todo é ter coragem pra se mudar. Agora eu sei, o medo é de destruir a imagem construída com tanto apreço na mente dos ‘senhores’.
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Prometi para um menino o inevitável: seus dias de meninice estavam chegando ao fim. Ele demonstrava orgulho quando ouvia isso, mas seus batimentos perdiam o ritmo diante da ideia de enfim tornar-se homem.
Ao invés do entusiasmo da infância que embelezava os seus defeitos e os dos que estavam a sua volta, veio uma inquietação. Era como se dentro dele estivesse nascendo algo novo que não estava disposto a dividir lugar com o que fez parte de quase todos os seus dias.
Apesar do amor, a esperança e a serem os mesmos na essência, parecia que acompanhavam o relógio e se viam obrigados ficarem mais intensos.
Eu tentava encorajar esse menino, queria que as minhas palavras soassem mais bonitas do que as de qualquer poeta. Mas, como eu mesma não passava de uma menina, só podia manter a promessa de que nunca soltaria a sua mão.

(Pablo Teixeira/Elisa Calmon)

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